Feminismo é uma palavra que parece assustar muita gente, então falar de uma criação feminista se torna ao mesmo tempo difícil e necessário. Não é só combater a ideia de que rosa é de menina e azul é de menino: uma criação feminista visa tirar da criança os papéis de gênero e deixar a própria individualidade aflorar. O problema é que para isso acontecer precisamos mudar muita coisa na nossa sociedade e na nossa forma de pensar o mundo. Comecemos por entender que existe uma diferença na forma em que homens cis e mulheres cis são tratados (aqui não fareium debate aprofundado sobre questões de gênero, mas é preciso ter consciência de que existem). Ao ignorar as diferenças entre os gêneros dentro da nossa sociedade corremos o risco de continuar criando meninas para se comportarem de forma dócil, útil, gentil, submissa, enquanto os meninos são incentivados a serem mais enfáticos, agressivos, dominadores. Para uma criação feminista, precisamos voltar à ideia de observação dos inte...
Às vezes nos focamos tanto em preparar atividades estruturadas que prometem ensinar isso ou aquilo para as crianças que esquecemos que bebês e crianças estão sempre aprendendo. Uma caminhada pela rua pode virar uma aventura de exploração para um bebê: as diferentes texturas no chão, cheiros e sons diferentes daqueles de dentro de cada, pessoas passando... com esse princípio em mente, é intuitivo pensar que ambientes mais ricos em estímulos adequados promoverão mais oportunidades de aprendizado. Mas, calma, não significa que devemos controlar o ambiente: por sorte, a natureza já o preparou para nós. Estar na natureza é estar cercado de estímulos na medida certa: temos barulhos vindo da água, de folhas balançando ou de animais; temos diferentes texturas como pedras, areia, terra, folhas, flores, entre outros; temos os limites naturais que exigem que as crianças prestem mais atenção aos próprios movimentos. Tudo isso faz com que a criança desperte um lado cada vez mais c...