“ O que é morrer? ” — uma criança de 4 anos e metade dos filósofos da história Existe uma fase em que a criança pergunta “por quê?” pra absolutamente tudo. Por que o céu é azul? Por que eu tenho que dormir? Por que as pessoas morrem? Por que o dinossauro não pode ser meu pet? Essa fase, pra ser sincera, nunca deveria passar. Porque perguntar é a alma da filosofia. E poucas pessoas fazem isso com tanta coragem e criatividade quanto as crianças. Se você já se pegou sem saber responder a uma pergunta infantil, saiba: você foi desafiada por uma pequena Sócrates. E tudo bem. Nem Aristóteles tinha todas as respostas. Crianças são filósofas de nascença Elas investigam. Elas duvidam. Elas fazem experimentos com tudo — inclusive com os nossos limites. E isso não é teimosia. É epistemologia prática. Crianças querem saber como o mundo funciona. E não aceitam respostas que não fazem sentido (aquelas que a gente dá no automático: “porque sim”, “porque eu mandei”, “porque sempre foi assi...
“ Toda ética começa no cuidado .” — alguém que provavelmente já passou a madrugada acordado com um bebê no colo Cuidar não é só colocar comida no prato. É também perceber quando o olhar da criança está distante. É sentir a febre antes do termômetro. É saber a diferença entre um choro de sono e um de desamparo. E ainda lembrar de descongelar o feijão. Filosoficamente falando? Isso é uma revolução. Platão sonhava com o mundo das ideias, Kant achava que a razão pura era a base da moral. Mas pergunta se algum deles tentou colocar uma criança pra dormir sem cantar a mesma música trinta vezes. Spoiler: não tentaram. Por isso, quando Lévinas fala que o rosto do outro me convoca à responsabilidade, eu escuto isso com leite derramado no chão e um bebê pendurado na barra da minha blusa. Ele não está falando de teoria. Ele está descrevendo a rotina. A filosofia mora no colo Não é exagero: pensar o cuidado é pensar o que nos faz humanos. E não no sentido "ah, somos todos frágeis...